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OPINIÃO: Boas novas

Não é apenas tortuoso e acidentado o caminho eleitoral a ser enfrentado pelo brasileiro que precisa, de vez, sem mais protelações, exercer seu protagonismo, que, por consequência, gera responsabilidade. E responsabilidade dá trabalho, inevitavelmente.

Quem imagina, ou afirma ser o cidadão daqui um reles inconsequente que vota assim, com o pé nas costas, e, por isso, depositário da culpa de toda a sorte de desastres políticos até então emergidos, comete injustiça, pois não é bem assim...

Não considera, ou não sabe aquele que assim pensa ou diz, ser o eleitor da Terra Brasilis um constante assediado, ludibriado, enganado logo por quem, em tese, não apenas jamais o faria, mas o protegeria contra tais infortúnios.

Em tempos eleitorais, como sabemos, toda a ordem de agrura experimentada pelo cidadão tem solução simples, factível, ao alcance do postulante ao voto que já vem inclusive, por décadas, trabalhando no assunto e que, com mais o mandato pretendido, dará cabo do problema. Seja ele qual seja.

O tal mandatário supostamente tem a experiência necessária, e o trânsito político suficiente para, logo ali na frente, fazer alcançar a tão sonhada solução da angústia pública que seja. Mais, agora que tão perto, se ele perder a eleição e ficar de fora do órgão que for, todas as conquistas que compuseram esse invisí- vel, mas longo e trabalhoso processo de conquistas preparatórias em favor do povo, corre risco iminente de dissolução.

E, assim, aos encantos falsos se acrescem, ainda, dissimuladas coações fundamentadas no medo de que as coisas possam se tornar piores do que já se apresentam.

Agora, então, vem mais uma natureza de armadilha a enriquecer o leque de ciladas armadas esperando pelo incauto (eu não disse inocente) eleitor: a novidade.

Notem quanta ode e louvor aos vindouros nomes que ainda nem apareceram tão somente por serem novidades. Percebam quanta esperança depositada em indivíduos que, de melhor, têm a qualidade de serem desconhecidos. Vejam quantas portas estão para serem abertas a quem nem sequer perguntamos de onde e a que vieram.

Outro perigo, na minha opinião...

O manto da novidade pode não passar de desconhecimento, o que, em qualquer trajetória, antes de ser elemento de encantamento, é razão de cautela redobrada.

Um nome não é limpo por nunca ter sido lido ou escutado. Tampouco é melhor que outros antigos e tantas vezes ditos sem as pechas da maledicência.

Mais uma vez, o que aparece como solução, só em razão de ser a primeira vez que se apresenta, pode ser antigo subterfúgio de engodo, agora retocado, maquiado, dissimulado.

O cansaço nacional com o elenco de agentes políticos das últimas décadas não pode dar oportunidade a nomes que, quem sabe, mesmo novos, só vêm para manter costumes de sempre.

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